segunda-feira, 2 de maio de 2011

Trabalhadores ou Explorados?

Diz-se da profissão mais antiga do mundo, como sendo aquelas ou aqueles que ganham a vida no “comércio das práticas sexuais”, ou no popular a prostituição. Também denominado pela sociedade de um modo geral como “pessoas de vida fácil”. A mulher de vida fácil já foi conhecida por outros nomes como: mulher-dama, dama-da-noite, meretriz, mariposa, prostituta, ou garotas de programa nos dias atuais. Como trabalhadores do sexo, estão também os denominados ‘miches’, abreviação de Michele, as monas e os travestis.





A vida nada fácil dos trabalhadores do sexo como são chamados no politicamente correto, é tratada pela sociedade de um modo um geral com extremo preconceito, discriminação e algo que se quer esconder a todo custo das ruas e avenidas, do meio social, das escolas, dos centros urbanos e rurais, de repartições públicas e (misericórdia!) das igrejas. Sim, das igrejas, o único lugar em que estas pessoas deveriam ser recebidas e acolhidas, integradas e amadas. Em meus parcos recursos bíblico-teológicos, ouso fazer algumas considerações:


Não foi Jesus quem pediu água a mulher samaritana para acolhê-la e incluí-la na sociedade?


Não foi Jesus quem desafiou a população a atirar pedras na mulher de vida fácil da época quando se arvoraram na posição de juízes?


Não foi a mulher de vida fácil quem foi ao sepulcro chorar e ser a primeira a constatar o seu “desaparecimento”?


Não foi à mulher de vida fácil que Jesus apareceu ressuscitado desbancando os religiosos de plantão?


Não foi Jesus quem disse que somente o Pai é o Justo Juiz de TODOS?


Não foi Jesus quem deixou a máxima de acolhermos os pequeninos e amá-los incondicionalmente?


Não foi Jesus quem veio para que tivéssemos vida e vida em abundância, sem distinção, bastando apenas amá-Lo e aceitá-Lo como Senhor e Salvador de nossas vidas?


Não foi Jesus, o Bom Pastor, que lembrou-nos o compromisso de irmos à busca da centésima ovelha para que todas estejam sob Seus cuidados e os do Pai em seu aprisco?



Muito mais seriam as reflexões acerca do papel da Igreja em favor dos que estão do lado de fora dos templos, os trabalhadores do sexo em questão, e explorados por uma sociedade que coloca o prazer como principio de vida, ainda que passageira e tênue vida. Os trabalhadores do sexo, e explorados pela ganância do homem, não tem um dia a comemorar. Escravizados por um mal muito maior que o roubo da ‘mais valia’. Um mal orquestrado pelo Inimigo das nossas almas, que mantem cativo um povo liberto pelo sangue de Cristo na cruz do Calvário. “Vida miserável” é como se referem a si mesmos e a atividade que exercem nas ruas, quando os visitamos nas noites de sábado num trabalho chamado Evangelismo, em que o mote é falar do amor de Deus. Roupas mínimas. Baladas. Lágrimas. Alcoolismo. Desvio de caminhos. Sonhos. Histórias. Muitas histórias.



Então, olhemos para os trabalhadores do sexo, com o mesmo olhar que certamente Jesus olharia. Sem julgamentos. Condenação. Dedo em riste. Resistir ao ímpeto de levantar do banco ao ter como companhia um suposto ex-trabalhador do sexo. Resistir ao desejo de comentar na “roda dos escarnecedores”. Orar em favor deles. Sim orar, pois é isto que agrada o nosso Deus e faz muros caírem.



Olhar de Amor. Em nome de Jesus, amém.







Maria Grizante.

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