sábado, 12 de novembro de 2011



Ele Não Virou Purpurina!

Quando o conhecemos, estava já com o prazo de validade vencido para ‘trabalhar’ na avenida. Deteriorado. Pobre. Cansado.   O dinheiro para o sustento, não vinha mais da prostituição, mas de “aviões” que fazia em troca da sobrevivência cada vez mais difícil. O ‘glamour’ ficou do lado de fora de sua dor. A fantasia não o viu despido expondo a cicatriz horrenda e com queloide, ainda que, além da cicatriz na alma. Tinha o olhar perdido e de uma tristeza sem fim.
Largado e rejeitado pelos religiosos, Deus não desistia dele! Com muitas falhas de dentes, o sorriso era contido, tímido, envergonhado.  Procurava alento para seu vazio sem facilitar que a porta de seu coração fosse aberta para aquele que preenche todos os espaços.
Desistiu de sonhar. Entregou-se de vez. Mas conheceu a verdade. A pneumonia talvez tenha sido mais uma oportunidade do Pai para que ele pudesse recostar a cabeça e partir num leito de hospital, com um mínimo de dignidade. Podendo refletir, quem sabe teve tempo de tirar todas as trancas, trincos e chaves de seu coração? Pode ser que tenha permitido o acesso e se deixou tratar com água viva que corre do trono da graça, ou com o bálsamo que cura, trata, acalma a respiração,  relaxando os músculos tensos de tanto viver no escuro.
Agora é tão somente crer nas surpresas que nos reserva o céu. Quantos fariseus condenados e quantos condenados salvos! Oh Glória!!!!  
Certezas? Não temos não! Mas
Se “Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho Único para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna”, Ele, o Pai de amor, bondade e misericórdia, tenha ouvido de seu trono um sussurro deste filhinho:
“Perdão. Por favor,  Apague. Escreve meu nome no livro da vida. AMÉM.”
Nesta data, um travesti faleceu sem glamour. Sem virar purpurina. Miseravelmente só.
Como ‘família’ que acredita que, no último minuto de razão, choramos gratos pela infinita misericórdia de Deus!

Maria Grizante.

domingo, 30 de outubro de 2011



Atos 20.35


“Tenho-vos

 mostrado em tudo

 que,

trabalhando assim, 

é necessário auxiliar os enfermos,

e recordar as palavras do Senhor Jesus, 

que disse:

Mais bem-aventurada coisa é

dar do que receber.”

quarta-feira, 26 de outubro de 2011




Vamos Tomar um Café com DEUS?
A Garagem é o Seu Coração!

Falamo-nos com certa frequência. Entre outras coisas, crise financeira, cirurgias pelas quais já passou para a retirada do silicone, o resgate de vínculos familiares, a volta aos estudos, enfim, o pedido que encerra a conversa é sempre o mesmo, que continuemos a orar por ele.

Como fruto do Café na Garagem, nossa responsabilidade transcende o último domingo do mês quando acontece o Café. O compromisso é com Deus, e Ele está no controle!
Por incontáveis vezes, nos sentimos fracos, entristecidos, lutas maiores do que acreditamos poder suportar, desânimo, dificuldades e toda sorte de palavras “malditas” com a intenção de desistirmos de fato. Mas, neste momento, lemos um pequeno recado de umas poucas linhas, deixado na caixa de correio eletrônico, dando conta de que:

“Está tudo bem...” “Estou com minha família, e é bom isso, estar de volta...” “Lembro sempre deste cafezinho abençoado e como ele me fez bem...” “Fiz mais uma cirurgia. Estou em dificuldades, mas Deus cuida de mim...” “Continuem firmes e orem por mim!” “Abraços a todos do Café...” “Quem sabe um dia vou visitar vocês?!” “Saudades...”

E assina deixando-nos envergonhados com nossa pequenez diante da grandeza do Deus Altíssimo Todo Poderoso. Diante da nossa fé frágil e vacilante. Um grão de mostarda com dimensão gigantesca frente a nossa inconstância, nosso vacilo, nossa desculpa manjada e corriqueira: “quando os filhos crescerem... eu me aposentar... terminar de pagar o financiamento da casa própria... pagar o carro... terminar a faculdade... o mestrado... doutorado... o neto estiver maiorzinho... vou fazer algo”.
Jesus afirmou:

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” 
(Jo 14.6).

Mas, como conhecerão o caminho, ou retornarão para ele, decidindo-se pela verdade e não pela morte, mas pela vida em abundância e eterna, se continuarmos firmes e arraigados à nossa zona de conforto? Como sairão do caminho estreito e de ilusões, de mentiras e de morte, se continuarmos amando somente aqueles que não exigem desafio algum? Como terão um encontro genuíno com o amor que salva, cura e liberta se questionarmos e, nos colocarmos não como servos, mas como juízes, condenando vidas a prisão perpétua, ao “corredor da morte” sem apresentar a esperança em Jesus?

Jesus tem pressa! A garagem está entulhada ou com espaço?

O café e o amor estão esfriando...

Maria Grizante.


domingo, 23 de outubro de 2011


 Eu Sei Que A Gente Se Acostuma Mas Não Devia

A Gente Se Acostuma

 Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra. A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta. A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.

(Marina Colasanti)

Fonte(s):http://www.pensador.info/p/eu_sei_que_a_…

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O Café na Garagem com Deus 
É o Nosso ‘Logos Hope’*


Água no copo, no chuveiro e quando muito na piscina ou, exagerando, na praia com garantia de que ela não ultrapasse os joelhos. Um olho no mar e o outro no salva-vidas! Assim pensamos, confortavelmente assistindo em ‘blu-ray’ pela enésima vez, Titanic. Emocionados com Rose e Jack num romance de muitas águas e lágrimas, choramos.

Emocionados, também choramos com povos não alcançados que ainda não conheceram o amor de Deus. Ainda esperam a visita de grandes naves com destemidos pares de gente, com sorriso estampado e braços disponíveis, que distribuam abraços, juntamente com histórias compartilhadas de alguém que escolheu morrer por eles e, de tanto amar, venceu a morte e ressuscitou, reascendendo a chama minguada da esperança. 

“Estamos em obras”. Esta deveria ser a placa informativa semelhante ao “homem propaganda” que anuncia comprar ouro e prata. Mas, o verdadeiro dono do ouro e da prata, nos quer  aprendizes, e nos presenteia com oportunidades de sermos melhores que os criadores de peças publicitárias anunciando não um produto, mas o verdadeiro amor. Um amor que transcende o tempo. Não teme altura. Desbrava oceanos e mares. E, o melhor, está disposto a aprender um pouco mais.

Estagiário tem que estar atento às oportunidades. E estas podem morar ao lado. Sentar conosco no banco do trem. Dividir o aperto no ônibus lotado. Atravessar a rua todos os dias lado a lado. Responder ao nosso “bom dia” com entusiasmado, ou por obrigação. Trabalhar conosco. Receber nosso pagamento no banco. Servir-nos o cafezinho. Almoçar na mesma mesa e até passar o sal! “Estamos em Obras” e somos “Estagiários do Reino”, estas deveriam ser as nossas identificações tal como no crachá, que nos permite circularmos e nos habilita a acessos.

O órfão, a viúva e o estrangeiro, multiplica-se ao nosso redor e não nos damos conta deste nosso porto! Excluídos e marginalizados sociais; homens e mulheres em situação de rua, nossos iguais. Os encontramos em vielas, bares, “pontos”, biqueiras, viadutos e invasões, restos de vida em demolições. Dependentes da química que encarcera, subjuga almas e nos prova. Trabalhadores do sexo - travestis e garotas de programa – escravizados pela vida "nada fácil", sem glamour ou purpurina, na esquina da igreja, vistos por uns poucos.

Onde estamos, é nossa embarcação. Somos tripulantes, aprendizes em obras e servos atendendo ao comando do Mestre. Não temer, pois é Ele quem está no controle! Levar água aos que esperam Vida em abundância. Os olhos atentos do Pai estão sobre nós. Na água, na terra ou no ar, sim... “Posso Voar...”**
Com ou sem nevoeiro, a voz do Capitão ressoa: “Meu plano é você!”**

O Café na Garagem é nosso “Logos Hope”.

Sempre há tempo, ainda que fora de tempo, de degustar um Café com Deus. Nossa garagem é em qualquer lugar.

Levantar Âncora!!!!!!!!!!!!!!!

*Logos Hope. Embarcação que leva o amor de Deus aos povos não alcançados.
** Anderson Dantas. Trilha sonora da embarcação.

Maria Grizante.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Provérbios 3.5 e 6.





"Confia no Senhor de todo o seu coração
e não se apóie em seu próprio entendimento;
reconheça o Senhor 
em todos os seus caminhos,
e ele endireitará as suas veredas."

SERMÃO DO MONTE


Bem -aventurado os humildes de espírito,
porque deles é o reino dos céus.

Bem-aventurados os que choram,

porque serão consolados.

Bem -aventurados os mansos,
porque herdarão a terra.

Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça,
porque serão fartos.


Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia.

Bem-aventurados os limpos de coração,
porque verão a Deus.

Bem-aventurados os pacificadores,
porque serão chamados filhos de Deus.

Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça,
porque deles é o reino dos céus.

Mateus 5: 3-10


  

domingo, 16 de outubro de 2011

Eles Conhecerão a DEUS!
(Através da Minha Vida)

Toda hora é hora de oração em favor da Somália.  Nome estranho, mas orar pelo Chifre da África, onde a morte é crônica e a fome é a tônica de seres tão iguais, porque são humanos e distantes do complemento que traduz: Dignidade, é mais que desafio, deve ser ato constante como respirar.

Todo joelho de mãe, ainda que não dobre de fato, tem que estar a serviço e em favor dos filhos daquela terra. Clamando. Chorando. Orando. Filhos de morte prematura, que em vida pouco conhecem do que seja  riso, alegria que vem da pureza e quem tem ao menos... Pão! O amanhã, o minuto seguinte, não lhes pertence. A mim pertence, o segundo depois do tempo em que orei e devo orar de novo e de novo, pelo filho que não é meu, pela dor de barriga vazia que não conheço, pela canção de ninar que não cantei.

Sim, sou responsável! Por achar que nada posso fazer. Sou impotente. Sou descrente e minha fé não atravessa o mar? Não ultrapassa os limites do meu umbigo? Está a serviço somente do que me convém? O cheiro de morte alcança minhas narinas na sala de estar. Na longarina que combina com a cortina do lugar chamado 'igreja'.

O constrangimento é tamanho que em todo o tempo “mando lembretes” para Deus. Que tolice a minha! Ele os conhece e os ama! Eu é que não os conhecia e tenho a oportunidade de conhecê-los e amá-los! E orar por eles! E clamar por eles! E dobrar os joelhos por suas vidas. Orando em todo o tempo, meu coração já está lá, naquela terra inóspita, ressequida pela ganância dos homens. Árido chão esquecido, tão igual ao coração dos homens que selecionam quem vive ou quem morre... De fome.  

Meu coração carrega uma criança nos braços, e no afago imaginário, desafio o olhar do pássaro que espreita a morte que ainda não venceu, e quer dela saciar sua fome. Envergonhado de mim, ele se vai. Troco olhares com a mãe, que não vê mais naquela estrada o fim para a dor de sua alma, o fim da dor da fome. Dela nasceu e Deus dela se lembrou, despertando gente mundo afora com chance de exercitar o amor.

A ajuda humanitária certamente alcançará os pequenos e suas mães! Mas o coração de quem se dispusera a doação de tempo, a arregimentar “soldados” para lutar contra a fome, incansáveis voluntários em favor da vida, colocando a sua em risco. Estes certamente já o são conhecidos, por Deus. Levam a sério o tal do “Eis-me Aqui...”.  Estão sempre prontos a servir, na tristeza, na dor, na escassez. Estão aliançados com o Pai e comprometidos com o outro, até que a morte os separe. Em nome do amo e por amor de Jesus, todos “Eles Conhecerão a Deus”! Amém.

Texto dedicado a todos os voluntários da SOSGlobal.

Maria Grizante.
  

quinta-feira, 13 de outubro de 2011



AOS MESTRES SEM CARINHO:
FELIZ (?) DIA DOS PROFESSORES!

Trabalhadores de rosto desfigurado e cansaço estampado retratando o heroico ofício de ensinar além do que foi pensado no gabinete de alguém. No espaço chamado escola, dois mais dois, há tempos não é igual a quatro. Lugar onde a cola não compensa, dispensa comentário, o submundo invade a revelia, e discursos inflamados dão conta de que tudo vai mudar e o que muda é o surto do educador a cada novo dia.

Educador e mestre que insiste em ensinar aos quase futuros eleitores o que não aprenderam no berço, culpa do social, econômico, visceral, do salário pouco, mensal. No horário nobre, notícia vil, mais um ponto no ibope do telejornal.

Se forem mulheres, desvalorizadas, taxadas apenas de “mal-casadas”, como disse alguém que foi alfabetizado, berço de ouro e amamentado por peito de aluguel, ignora a realidade de faculdade as portas da idade cruel. Se forem homens, que escolheram formar gente, urgente, do caos da obra de Dante, ou antes, que a morte os separe, família aguarda sustento, minimamente decente.

Mães de Paraíso ignorado, humilhada em sala de aula, ouvindo com constrangimento: “Cala boca sua vadia!”, calafrio no verão, vê perpetuada a regra, sem exceção, de descaso e falência deste sistema prisional, digo, educacional, falido e moribundo, uma pá de terra em troca do pão.

E não tem vez... A pessoa que fez... Faculdade e inglês...
Rachou português... Inscrição pagou o ex... Passou no concurso do mês.
Sonhou a profissão! Zumbi em procissão! Ensinar é inclusão!
Vida de gado é a opção? Qual é a sugestão? Uma nova concepção.

E educador sobrevive aos muitos arranhões. Inspira cuidados!
Agonizante Falta de Educação, ocupando leito de UTI, sem previsão... De alta.
“Cala a boca, e me proteja do próximo tiro na sua cara!".
Insanos ignoram os gritos, esses malditos, donos do poder. Pagam pra ver!
A greve que não dura tanta pressão, reportagem dando conta de que o problema e a solução são professores comprometidos com o que só se lê no dicionário ou na Constituição: Direito do Cidadão em Formação Dever do Estado.
Estado eleitoral. Fubá garantido no fim do mês. É eleição!
Pátio sem amarelinha, a rima não marca. Qual é o celular? É eleição!
E esta geração. Sem rumo. Perdida. Sem perspectiva... De formação.
Carros blindados, dos herdeiros do imposto público, criam seus filhos longe da escola de merenda duvidosa. Escárnio e resto para os da outra classe. Enquanto que o abastado, babá até envelhecer. Carro do ano, só importado. Gente é pino de boliche, não cabe agora, tratar do eterno trote de ver pobre sofrer e, por fim, morrer. Neste grupo, a contragosto, professor é incluído, morre a cada novo período... Mês... Ano letivo... Sua arma é o giz, sua defesa, o conhecimento. Sem cumprir o ofício, não de carcereiro e muito menos de bobo da corte, vai escrevendo história de herói sem trilha sonora, na contramão o dom de ser um EDUCADOR!

Texto dedicado a todos os professores mutilados, adoecidos e humilhados e que ainda insistem:
"...sin perder la ternura jamas!" (Ernesto Che Guevara).

Maria Grizante.

domingo, 9 de outubro de 2011

Tão somente creia!


"Disse-lhe Jesus: Não lhe falei que, se você cresse, veria a glória de Deus? "
(João 11:40)

Ter fé e confiar que Deus proverá nem sempre é fácil. É um processo de crescimento, e a atitude que você precisa ter enquanto está esperando é como aquela da pequena criança - "Sábado está chegando!". Em vez de desistirmos e ficarmos frustrados, perceberemos que recebemos as promessas de Deus pela fé e paciência. Continue a falar sobre a promessa e não sobre o problema. Não temos de ficar chateados enquanto estamos esperando, podemos optar por permanecermos esperançosos e alegres!

(Joyce Meyer)

sábado, 10 de setembro de 2011


ATOS 29

Graça e paz aos amados da Igreja Inclusiva de Jesus Cristo em Movimento.

São conturbados os dias. Uma saudação não estática para um tempo não estático. A rocha continua sendo Cristo! Alguma dúvida? Os imitadores do apóstolo Paulo, os ousados como Pedro, somos nós! Igreja em movimento e em adoração. Oração. Obediência. Comunhão. Gratidão. Indo ao encontro do que não aprendeu a adorar em gratidão pelo simples fato de estar vivo! Ter comunhão, pois é privilégio ter um Deus vivo que inclui a todos em sua mesa! Um Espírito Santo que consola, afaga e renova as esperanças a cada dia. Orando em conversa com o Pai, que ultrapassa o teto e invade o céu.

Sair nas noites de Sexta-Feira, após oração, por vezes jejum, buscando em todo o tempo a presença e a direção de Deus para mais um trabalho evangelístico, não nos faz super-heróis apocalípticos ou algo assim. Somos imperfeitos e diante da grandeza e majestade do Criador, somos sim, mínimos. Estamos tão somente cumprindo o “Ide” em obediência, por amor ao que está à deriva e daquele que ninguém sente falta. É ser conduzido pela compaixão.

Como é triste não ser notado! Quão terrível é não ser percebido a menos que seja uma ameaça ao dono do carro com vidro escuro fingindo não ver a dor estampada em rostos sofridos e com identidade sem valor algum. Esse "aiaiai" tem nome! Sua cura, sobrenome: Jesus Cristo, o Filho único do Deus Atíssimo. Aleluia! Que enxergou e enxerga a todos. É movido por este nome e sobrenome, que saímos levando na bagagem de mão e no coração, a compaixão. Seja com calor em noite de lua cheia com olhares curiosos que povoam bares, casas noturnas e viadutos, nos seguindo até a próxima esquina, ou com frio de fina garoa cortando nossos rostos, congelando os pés, mas no calor intenso que vem do Espírito de Deus que habita em cada um de nós. Temos abraços a ser entregues aos seus donos...

É na adversidade que apresentamos o que significa andar com Cristo! A cada noite de Sexta-Feira, temos a plena convicção de que Ele, não só caminha conosco como podemos até ouvir a suavidade de suas palavras sussurradas em nossos ouvidos quando nas sombras, escondem-se silhuetas tímidas de vidas sem esperança, e após um sorriso, nos achegamos com palavras que não sabíamos conhecer! Em retribuição, recebemos olhares sinceros de aprovação daqueles que conheciam de ouvir falar. Insistentemente querem saber qual a denominação, a placa, a forma de chamar aquela igreja em movimento, que sai do conforto das quatro paredes e de tudo o mais que ela oferece e representa na “sociedade religiosa dos incluídos vitoriosos e eleita”. Respondemos então o óbvio, que nossa denominação é primitiva. Nossa placa não é visível, pois está no nosso coração. Somos e nos chamamos de Corpo, pois assim o somos, entendendo como cabeça, o próprio Cristo Jesus.

Citamos João 3.16 só para constar:

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho único para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna".

Alguns ficam constrangidos, envergonhados de suas feridas na carne expostas como suas vergonhas, choram. Contudo, sentem verdade em nossa visita. Sem juízo que se sobreponha a misericórdia (Tiago 2.13), levamos tão somente o amor de Deus. Falamos, levamos e apresentamos Jesus. Invadimos a escuridão e desesperança das almas, na ousadia do nome que é sobre todo nome! Não nos intimida a promiscuidade de corpos à venda, produzidos para serem explorados. A fumaça de cigarros duvidosos não nos afasta do propósito. Nem mesmo o cheiro do álcool misturado a seres sem cuidado em restos de vida e cabelos sem corte. Ou a labareda do cachimbo sem paz.

Princípio de madrugada, contabilizamos as muitas mensagens entregues. Os abraços. Orações. Convites para o Café na Garagem com Deus. Novamente a brisa leve, com perfume suave inconfundível. Sopro quase imperceptível, portador novamente do marcante sussurro: “Tendo feito a um dos meus pequeninos, a mim o fizeste”. Esse Jesus viu!

E assim, gratos Àquele que nos enviou para que combatêssemos o bom combate como Igreja Inclusiva, concluímos mais um momento de adoração. Em obediência e amor ao Pai, levando o amor do Filho, o convencimento certamente virá pelo Espírito Santo. Tudo em favor da expansão do Reino.

Assim, como igreja em movimento, que ao invés de ar sisudo e arrogante dos fariseus, distribuímos sorrisos. Com tempo de sobra, estamos ali para isto, ouvimos aos que querem falar de suas dores. Apresentamos a alegria que vem de Deus com um abraço. Deixamos a esperança na despedida com uma oração sincera. Muitos não resistem a tanto amor e baixam a guarda, choram. Entregam-se. Lembram-se de um louvor e querem cantar. Cantamos. Louvamos o amor de Deus madrugada adentro. Adoramos. Compartilhamos no dia seguinte, ao redor da mesa do Café na Garagem com Deus, nossa gratidão pelo privilégio de Servir!

Que a mesma graça, paz, fidelidade e amor continuem agindo nos corações e mentes daqueles que foram chamados a serem servos submissos e, em santidade, exaltados para que toda a honra, glória e majestade sejam dadas ao Senhor nosso Deus, agora e para todo o sempre. Amém e Amém.

Maria Grizante.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011





Alento aos Desolados com a Igreja



(Leonardo Boff - Teólogo. Filósofo. Escritor)



Atualmente há muita desolação com referência à Igreja Católica institucional. Verifica-se uma dupla emigração: uma exterior, pessoas que abandonam concretamente a Igreja e outra interior, as que permanecem nela; mas, não a sentem mais como um lar espiritual. Continuam a crer apesar da Igreja.





E não é para menos. O atual Papa tomou algumas iniciativas radicais que dividiram o corpo eclesial. Assumiu uma rota de confronto com dois importantes episcopados, o alemão e francês, ao introduzir a missa em latim; elaborou uma esdrúxula reconciliação com a Igreja cismática dos seguidores de Lefebvre; esvaziou as principais intuições renovadoras do Concílio Vaticano II, especialmente o ecumenismo, negando, ofensivamente, o título de "Igreja” às demais Igrejas que não sejam a Católica e a Ortodoxa; ainda como Cardeal mostrou-se gravemente leniente com os pedófilos; sua relação para com a AIDS beira os limites da desumanidade. A atual Igreja Católica mergulhou num inverno rigoroso. A base social de apoio ao modelo velhista do atual Papa é constituída por grupos conservadores, mais interessados nas performances mediáticas, na lógica do mercado, do que propor uma mensagem adequada aos graves problemas atuais. Oferecem um "cristianismo-prozac”, apto para anestesiar consciências angustiadas, mas alienado face à humanidade sofredora.





Urge animar estes cristãos em vias de emigração com aquilo que é essencial ao Cristianismo. Seguramente não é a Igreja que não foi objeto da pregação de Jesus. Ele anunciou um sonho, o Reino de Deus, em contraposição com o Reino de César, Reino de Deus que representa uma revolução absoluta das relações desde as individuais até as divinas e cósmicas.





O Cristianismo compareceu primeiramente na história como movimento e como o caminho de Cristo. Ele é anterior a sua sedimentação nos quatro evangelhos e nas doutrinas. O caráter de caminho espiritual é um tipo de cristianismo que possui seu próprio curso. Geralmente vive à margem e, às vezes, em distância crítica da instituição oficial. Mas nasce e se alimenta do permanente fascínio pela figura e pela mensagem libertária e espiritual de Jesus de Nazaré. Inicialmente tido como "heresia dos Nazarenos” (At 24,5) ou simplesmente "heresia” (At 28,22) no sentido de "grupelho”, o Cristianismo foi lentamente ganhando autonomia até seus seguidores, nos Atos dos Apóstolos (11,36), serem chamados de "cristãos.”



O movimento de Jesus certamente é a força mais vigorosa do Cristianismo, mais que as Igrejas, por não estar enquadrado nas instituições ou aprisionado em doutrinas e dogmas. É composto por todo tipo de gente, das mais variadas culturas e tradições, até por agnósticos e ateus que se deixam tocar pela figura corajosa de Jesus, pelo sonho que anunciou, um Reino de amor e de liberdade, por sua ética de amor incondicional, especialmente aos pobres e aos oprimidos e pela forma como assumiu o drama humano, no meio de humilhações, torturas e da execução na cruz. Apresentou uma imagem de Deus tão íntima e amiga da vida, que é difícil furtar-se a ela até por quem não crê em Deus. Muitos chegam a dizer: "se existe um Deus, este deve ser aquele que traz os traços do Deus de Jesus”.





Esse cristianismo como caminho espiritual é o que realmente conta. No entanto, de movimento, ele muito cedo ganhou a forma de instituição religiosa com vários modos de organização. Em seu seio se elaboraram as várias interpretações da figura de Jesus que se transformaram em doutrinas e foram recolhidas pelos atuais evangelhos. As igrejas, ao assumirem caráter institucional, estabeleceram critérios de pertença e de exclusão, doutrinas como referência identitária e ritos próprios de celebrar. Quem explica tal fenômeno é a sociologia e não a teologia. A instituição sempre vive em tensão com o caminho espiritual. Ótimo quando caminham juntas, mas é raro. O decisivo é, no entanto, o caminho espiritual. Este tem a força de alimentar uma visão espiritual da vida e de animar o sentido da caminhada humana.





O problemático na Igreja romano-católica é sua pretensão de ser a única verdadeira. O correto é todas as igrejas se reconhecerem mutuamente, pois todas revelam dimensões diferentes e complementares do Nazareno. O importante é que o cristianismo mantenha seu caráter de caminho espiritual. É ele que pode sustentar a tantos cristãos e cristãs face à mediocridade e à irrelevância em que caiu a Igreja atual.




MCM (Movimento Contra a Miséria). Naoamiseria.blogspot.com



O texto expressa a opinião do autor. Contudo, pensamos ser de oportuna reflexão para o Corpo de Cristo.



Maria Grizante.

sábado, 13 de agosto de 2011

Bom dia!




A importância da vida não é ser importante.
O importante é ser especial e você é! :)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

SALMOS 23


O Senhor é o meu Pastor, e nada me faltará.

Deitar-me faz em pastos verdejantes; guia-me mansamente a águas tranquilas.

Refrigera minha alma; guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome.

Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estas comigo, a tua vara e o teu cajado me consolam.

Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda.

Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias.


Salmo de Davi.






quinta-feira, 11 de agosto de 2011


Eles Não Conheceram DEUS!

Graça e Paz a todos! Bendito seja o povo de Deus, escolhido para ser amado.

Excesso de Prosperidade

Domingo à noite. Confortavelmente o povo de Deus sai de suas igrejas e templos. Missão cumprida. O ar condicionado em temperatura ambiente estava perfeito. Grupo de louvor, harmonioso. A palavra do pregador, exortando a responsabilidade e compromisso. A semana começando abençoada. Sorrisos esbanjados para si mesmos. Vitoriosos. Prósperos! Abastado povo de Deus.

Vivemos a era dos excessos. Tudo em exagero. Família com quatro pessoas? Quatro carros. Óbvio! Um celular não! Um aparelho com, no mínimo, quatro “chip”. Funções infinitas de penúltima geração. Um computador? Para evitar a disputa acirrada, melhor cada um ter o seu. Aparelhos de TV dispostos em cada cômodo da casa. Palavra chave: comodidade. Silêncio às refeições, senão atrapalha o horário nobre! Até propagando interessa, pois vira comentário no trabalho, escola ou faculdade. Do “Encontro com Deus”, restou uma vaga lembrança de Wall.E?

Notícia extraordinária: Economia em Crise! Não pode ser! O filho logo vê uma corrente na internet para não consumir produtos fabricados aos aspirantes a potência mundial. Isto acirraria ainda mais a crise financeira da grande potência. Economistas. Cientistas. Filósofos. Artistas. Religiosos. Políticos. Astronautas. Enfim, grandes personalidades da mídia interplanetária dão o seu parecer na rede: como sobreviverão ao caos econômico? E a nação madrinha do “fast-food”, clama no Parque: Deus, nos Salve!

Morte Precoce na Somália

A Somália morre lenta e silenciosamente. Sem alarde. Vidas sem esperança. A morte dói menos que a fome. Implacável. Quem quer ver morte de desvalidos na Somália? E correr o risco de estragar a pizza com tomate seco e borda recheada? Onde fica a Somália mesmo? Num esforço de escuta, quase uma indignação: “tadinho” deles!

População condenada a morrer de fome. Fome é conflito? Talvez a mão em concha esperando o pão do céu seja uma arma letal aos olhos insaciáveis do mundo. Ou a dignidade aviltada na imagem de crianças abandonadas à própria sorte numa estrada de morte, cause ameaça iminente. A cena de crianças com choro inaudível, inanição, rodeadas de moscas, olhar perdido, ossos à mostra, nos faz pensar em saídas rápidas e práticas: Alguma voluntária como Agnes Gonxha, ou Madre Tereza de Calcutá na Somália? Fácil não! Transfere-se a responsabilidade para quem tenha feito à opção preferencial pelo pobre. Subnutridos assistidos. Condenados à morte, uma nova chance. É só aguardar notícias de ex-oprimidos-famintos na TV de plasma como noticia de segundos finais de telejornal. No rol de tantas orações, um clamor: Deus Socorra a Somália!

Fala Deus!!!

E a igreja vai dormir seu sono justo, com seu cartão de ponto dominical, devidamente acomodado até o próximo compromisso com Deus. A roupa de “ver Deus”, devidamente guardada de forma cerimonial. Sentimento de ‘missão cumprida’. Afinal, orou pela paz mundial. A expansão do Reino. Justiça social. O desempregado. O morador de rua. Pelo fim da prostituição de crianças, travestis e garotas de programa. Libertação de dependentes químicos. Cura aos enfermos. Consolo aos enlutados. Recomeço às vítimas de catástrofes... Enfim, pelo órfão, a viúva e o estrangeiro.

Não foi Jesus quem pediu aos amigos próximos que vigiassem enquanto ele orava? E enquanto dormíamos o sono dos justos, com mortes anunciadas na soleira da porta suplicando pão, um coração foi desperto e ouviu o grito de fome.

E o socorro não veio de potências em crise e seus umbigos à mostra. Nem das vergonhas expostas de ricos falidos em seus bilhões perdidos na queda da bolsa. O socorro veio da terra do reggae. Do som que contagia porque toca na alma. Dom de Deus. É de lá, da Jamaica que vem o socorro. Do Clã de Marley uma campanha pelo fim da fome aos irmãos da Somália. Numa canção de 1973 de Bob tratando desta mesma dor. Louvado seja Deus!

E perguntas que não querem calar: os prósperos em excesso herdarão o céu? E os mortos pela fome que não conheceram Deus? E os gananciosos globalizados? Será que Bob Marley herdará? E Madre Tereza, aquela que se repatriou de Calcutá? Quem poderá dizer a não ser Aquele que sonda o nosso coração e conhece nossos pensamentos, ainda que a palavra não tenha saído à boca... Mas, e se a palavra saiu, e somente Deus ouviu?

Quão insondáveis são os Seus pensamentos...

Maria Grizante.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

The Hollies - 1969

"Ele Não É Um Fardo! Ele É Meu Irmão"!




Quantas vezes eu, e provavelmente você também, já ouvimos essa bela canção. Mas, como eu, você também, suponho, desconhecia a circunstância que a inspirou... Pois aí está... Tanto quanto para mim, espero que seja do seu agrado. Para quem ainda não se sente desprendido o suficiente para agir como sugere a letra da música, vai um consolo: "Se você se emocionar, sentindo essa emoção dentro do seu coração, alegre-se: a semente já está plantada, e a terra é fértil!"

Para os saudosistas, amantes da boa música... Essa é uma música da época de juventude dos anos 60, mas sempre será atual, visto que nada mudou!!!! É sobre a entidade "Missão dos Órfãos", em Washington, DC. Foi lá que ficou eternizada a música "He ain't heavy, he is my brother", dos "The Hollies ", (você pode não estar lembrando da música, mas depois de ouvir, se lembrará do grande sucesso!)

A história conta que certa noite, em uma forte nevasca, na sede da entidade, um padre plantonista ouviu alguém bater na porta. Ao abri-la deparou com um menino coberto de neve, com poucas roupas, trazendo em suas costas, outro menino mais novo. A fome estampada no rosto, o frio e a miséria dos dois comoveram o padre. O sacerdote mandou-os entrar e exclamou: Ele deve ser muito pesado. O que carregava disse: Ele não pesa, ele é meu irmão (He ain't heavy, he is my brother) Eles não eram irmãos de sangue realmente.... Eram irmãos da rua.

O autor da música soube do caso e se inspirou para compô-la, e da frase fez o refrão. Os dois meninos foram adotados pela instituição. Essa história é inspiradora nestes dias de falta de solidariedade, de violência e de egoísmo.

Domínio Público.


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Geração Amy


Embora tenha relutado em escrever algo sobre a morte anunciada de Amy, este jovem de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, disse tudo o que é necessário ser dito, refletido e repensado em nossos valores e juízos.

Nunca foi tão oportuno problematizar a morte ceifada de uma vida louca e breve. Nada de heróis que morreram de “overdose”. Nada de julgamentos que não nos cabe. Pois, esta é a geração que grita sua rebeldia em libras.

Todos nós somos Amy

Amy é o símbolo de uma juventude que, quanto mais dons e talentos tem, mais se enterra na superficialidade e falta de perspectiva pela vida. No mundo de hoje temos tudo. E não temos nada...

Estamos formando jovens fracos como cristais, que quebram ao primeiro impacto das desilusões da existência. Se antes havia ideais de luta por um futuro melhor, o que sobrou hoje foi o interesse por consumir - e se consumir - no presente, como se não houvesse amanhã. E Renato Russo já disse, “se você parar pra pensar, na verdade não há”. Mentira! O amanhã sempre existirá e é justamente o resultado do que você é hoje. Não temos ideais, não temos sonhos, matamos os valores e nos suicidamos pela falta deles. Falar de Deus, família, felicidade, realização pessoal e afins se tornou vergonhoso. Até porque, já não acreditamos em mais nada disso. Temos vergonha dos nossos pais e com isso fazemos a vida ter vergonha do que estamos fazendo com ela.

O negócio é ser aceito a qualquer custo, vestir roupas de grife e ter destaque numa sociedade que não cansa de produzir novos destaques tão duradouros quanto a fama e o sucesso de um participante do BBB.
Os ideais coletivos de luta por um país melhor foram trocados pela vontade egoísta de ter posição social. Nos individualizamos ao ponto de esquecer que só os valores e princípios nos mantêm firmes e que, na hora do aperto, as pessoas que mais desprezamos são as que mais estarão do nosso lado. O digam os pais de Amy, que nesta hora são os únicos que choram com sinceridade a perda de uma filha que teve tudo, inclusive amor.

Os shoppings e casas noturnas estão cada vez mais lotados de gente cada vez mais vazia. Estar na moda e viver de aparências é regra para grande parte da sociedade moderna que já não sabe mais o que fazer com tanta modernidade. Aprendemos a manipular e operar as mais complexas inovações e tecnologias, mas não conseguimos sequer olhar para as nossas mais primárias emoções. Aprendemos na escola - quando aprendemos - a resolver as mais complexas equações de álgebra, física, mecatrônica e química, mas não conseguimos na maioria das vezes compreender e resolver pequenos problemas que angustiam o nosso íntimo.
Marchamos por qualquer coisa, reclamamos por qualquer fato, nos destruímos por qualquer prazer. Somos adeptos do “viva o momento”, sem pensar que nós fazemos as escolhas e as escolhas nos fazem.

Não nos cabe julgar, jamais, mas Amy, já pode ser considerada o ícone de uma juventude que, sem fé em Deus e em si mesma, caminha depressivamente para uma vala escura chamada morte.

De: Mario Welber


Maria Grizante.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011





"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho único, para que todo aquele que nele crer, não morra mas tenha vida eterna."





(João 3.16)