domingo, 16 de outubro de 2011

Eles Conhecerão a DEUS!
(Através da Minha Vida)

Toda hora é hora de oração em favor da Somália.  Nome estranho, mas orar pelo Chifre da África, onde a morte é crônica e a fome é a tônica de seres tão iguais, porque são humanos e distantes do complemento que traduz: Dignidade, é mais que desafio, deve ser ato constante como respirar.

Todo joelho de mãe, ainda que não dobre de fato, tem que estar a serviço e em favor dos filhos daquela terra. Clamando. Chorando. Orando. Filhos de morte prematura, que em vida pouco conhecem do que seja  riso, alegria que vem da pureza e quem tem ao menos... Pão! O amanhã, o minuto seguinte, não lhes pertence. A mim pertence, o segundo depois do tempo em que orei e devo orar de novo e de novo, pelo filho que não é meu, pela dor de barriga vazia que não conheço, pela canção de ninar que não cantei.

Sim, sou responsável! Por achar que nada posso fazer. Sou impotente. Sou descrente e minha fé não atravessa o mar? Não ultrapassa os limites do meu umbigo? Está a serviço somente do que me convém? O cheiro de morte alcança minhas narinas na sala de estar. Na longarina que combina com a cortina do lugar chamado 'igreja'.

O constrangimento é tamanho que em todo o tempo “mando lembretes” para Deus. Que tolice a minha! Ele os conhece e os ama! Eu é que não os conhecia e tenho a oportunidade de conhecê-los e amá-los! E orar por eles! E clamar por eles! E dobrar os joelhos por suas vidas. Orando em todo o tempo, meu coração já está lá, naquela terra inóspita, ressequida pela ganância dos homens. Árido chão esquecido, tão igual ao coração dos homens que selecionam quem vive ou quem morre... De fome.  

Meu coração carrega uma criança nos braços, e no afago imaginário, desafio o olhar do pássaro que espreita a morte que ainda não venceu, e quer dela saciar sua fome. Envergonhado de mim, ele se vai. Troco olhares com a mãe, que não vê mais naquela estrada o fim para a dor de sua alma, o fim da dor da fome. Dela nasceu e Deus dela se lembrou, despertando gente mundo afora com chance de exercitar o amor.

A ajuda humanitária certamente alcançará os pequenos e suas mães! Mas o coração de quem se dispusera a doação de tempo, a arregimentar “soldados” para lutar contra a fome, incansáveis voluntários em favor da vida, colocando a sua em risco. Estes certamente já o são conhecidos, por Deus. Levam a sério o tal do “Eis-me Aqui...”.  Estão sempre prontos a servir, na tristeza, na dor, na escassez. Estão aliançados com o Pai e comprometidos com o outro, até que a morte os separe. Em nome do amo e por amor de Jesus, todos “Eles Conhecerão a Deus”! Amém.

Texto dedicado a todos os voluntários da SOSGlobal.

Maria Grizante.
  

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